Pobreza e Pessoas Idosas: A Dimensão Subjetiva e Existencial do Fenómeno

Ana Isabel Fernandes

Resumo


Este artigo pretende realizar uma análise crítica à forma como as pessoas idosas vivenciam situações de pobreza, bem como refletir sobre os impactos subjetivos que a vivência deste fenómeno na primeira pessoa, acarreta para a dimensão existencial do Ser Humano. Envelhecer traduz uma conquista notável do desenvolvimento humano. Inúmeros discursos também configuram o envelhecimento como um problema social, que não deixando de o
ser, não pode ofuscar este inegável progresso civilizacional. Quando configurado como problema social, são diversas as facetas assumidas, sendo uma delas a pobreza das pessoas idosas. Não descurando o importante ângulo de análise da pobreza como situação de insuficiência de recursos materiais, pretende-se acrescentar como linha de pensamento e reflexão, a dimensão subjetiva e existencial da pobreza das pessoas idosas. Configurada
como fenómeno social, não é consensual que as pessoas com mais idade, “vivam ou sintam” a pobreza da mesma forma. Estas inserem-se em condições de existência que não são homogéneas nem homogeneizáveis, porquanto nem todas têm acesso aos mesmos patamares de direitos. Por este prisma, as desigualdades sociais ajudam a configurar uma dimensão social do envelhecimento, que requer uma multiplicidade de olhares sobre o
modo como estes elementos confluem para a subjetividade das vivências e trajetórias de vida das pessoas mais velhas. É por isso fundamental analisar os contornos da pobreza, centrada na primeira pessoa, enquanto contributo para a concretização de respostas não padronizadas e humanizadoras, que contemplem a visão da pobreza e do envelhecimento como fenómeno “sentido e vivido”.
Descritores: Envelhecimento; pessoas idosas; pobreza; pobres; subjetividade

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DOI: http://dx.doi.org/10.24902/r.riase.2015.1(2).156

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