AS REDES SOCIAIS E A PERCEÇÃO EM SAÚDE DOS IDOSOS QUE RESIDEM EM CIDADES DO INTERIOR DE PORTUGAL

Ana Rodrigues, Maria João Guardado Moreira, Vítor Pinheira, Daniela Batista

Resumo


Introdução: Durante o processo de envelhecimento os idosos experienciam alterações das suas redes sociais, das suas condições físicas com implicações no estado de saúde, cuja perceção pode não corresponder ao real estado da mesma. O objetivo foi avaliar dimensão e frequência dos contactos nas redes sociais, assim como, uma análise da perceção em saúde dos idosos residentes na comunidade, em meio urbano do interior de Portugal. Métodos: Foram recolhidos dados de 202 indivíduos com 65 ou mais anos, através de um questionário, aplicado por entrevista de forma presencial procedendo-se a uma análise dos dados através de métodos de estatística descritiva (frequências, medidas de tendência central e de dispersão). Resultados: A maioria dos inquiridos reside sozinha, com 87,1% a referirem ter ajuda perante incapacidade futura, mas 54,0% não estão satisfeitos com a frequência dos relacionamentos familiares. A autoperceção da saúde é mais negativa para os últimos 12 meses e mais positiva quando avaliada no presente. Referem não ter integrado atividades sociais e recreativas nos últimos 6 meses 68,8% dos inquiridos. Conclusão: Os idosos urbanos apresentam redes sociais de pequena dimensão e uma perceção em saúde mais negativa ou positiva, não estando apenas dependente da limitação experienciada. É fundamental um investimento em atividades que promovem níveis mais altos de participação social, visando a manutenção das redes sociais e uma autoavaliação em saúde mais positiva. Palavras-chave: Envelhecimento; Participação Social; Perceção em Saúde; Rede Social.


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DOI: http://dx.doi.org/10.24902/r.riase.2020.6(2).424.248-264

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