CAPACIDADE FUNCIONAL DE PESSOAS IDOSAS NO 1.º MÊS E APÓS 3 MESES DE INSTITUCIONALIZAÇÃO

Gabriela Sousa Neves Almeida, Carolina Marcelino Carvalho, José Francisco Filipe Marmeleira

Resumo


Objetivo: Analisar a funcionalidade, o estado cognitivo geral, a fragilidade, a depressão provável e o perfil psicomotor de pessoas idosas no primeiro mês de institucionalização e após 3 meses. Métodos: Estudo longitudinal, descritivo e comparativo. Recrutaram-se 37 pessoas (86.5 ± 5.7 anos) institucionalizadas há um mês em lares da região do Alentejo. Procedeu-se à recolha de informação sobre as variáveis de estudo durante o primeiro mês de institucionalização e após três meses da avaliação inicial. Resultados: No momento de institucionalização, ~83% dos participantes foram classificados como frágeis, ~75% apresentavam depressão provável, ~62% tinham algum nível de dependência na realização de atividades da vida diária e ~25% tinham déficit cognitivo. Após três meses de institucionalização, o nível de funcionalidade diminuiu, mas os valores de fragilidade e de depressão melhoraram. Não se verificaram alterações significativas no estado cognitivo e no perfil psicomotor. Conclusões: As pessoas idosas ao serem institucionalizadas apresentam dificuldades em vários domínios relacionados com a sua saúde e qualidade de vida. Apesar da evolução diferenciada entre as variáveis investigadas ao longo de três meses, no geral, os primeiros 3 meses de institucionalização não tiveram um impacte negativo nos participantes deste estudo, o que provavelmente terá a ver com as características dos lares envolvidos. Descritores: Institucionalização; envelhecimento; fragilidade, desempenho psicomotor, depressão; disfunção cognitiva


Texto Completo:

PDF PDF (English)

Referências


Zimerman G. Velhice: Aspetos Biopsicossociais. Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda.;

Cardão S. O idoso institucionalizado. Lisboa: Coisas de Ler; 2009.

Mitzner, T. L., Chen, T. L., Kemp, C. C., & Rogers WA. Older Adults’s Needs for Assistance as a Function of Living Environment. Proc Hum Factors an Ergon Soc Annu Meet. 2011;55(1):152–6.

Gonzalez-Colaço Harmand M, Meillon C, Rullier L, Avila-Funes JA, Bergua V, Dartigues JF, et al. Cognitive decline after entering a nursing home: A 22-year follow-up study of institutionalized and noninstitutionalized elderly people. J Am Med Dir Assoc. 2014;15(7):504–8.

Alencar, M. A., Bruck, N. N. S., Pereira, B. C., Câmara, T. M. M., & Almeida R.D. S. Perfil dos idosos residentes em uma instituição de longa permanência. Rev Bras Geriatr e Gerontol. 15(4):785–96.

Pinto, T., Morais, A., Varajidás, C. A., Bodas, R. A., & Coelho E. Perfil Psicomotor e autoestima em idosos institucionalizados com e sem intervenção psicomotora. A psicomotricidade. 2016;19:88–105.

Gobbens, R., Luijkx, M., Wijnen-Sponselee, M. & S. Toward a conceptual definition of frail community dwelling older people. Nurs Outlook. 58(2):76–86.

Mahoney, F. I., & Barthel DW. Functional evaluation: the Barthel Index. Md State Med J. 1965;14:61–5.

Guerreiro, M., Silva, A. P., Botelho, M., Leitão, O., Castro-Caldas, A., & Garcia C. Adaptação à população portuguesa da tradução do Mini Mental State Examination. Rev Port Neurol. 1994;1(9).

Duarte V. Fragilidade nas pessoas idosas. Universidade do Porto; 2013.

Apóstolo J, Loureiro L, Reis I, Silva I, Cardoso D, Sfetcu R. Contribution to the adaptation of the Geriatric Depression Scale -15 into portuguese. Rev Enferm Ref. 2014; Série(3):65–73.

Morais A, Santos S, Lebre P. Psychometric Properties of the Portuguese Version of the Éxamen Geronto-Psychomoteur (P-EGP). Educ Gerontol [Internet]. 2016;42(7):516–27.

Coutinho C. Metodologias de investigação em cieências sociais e humanas: Teoria e Prática. Coimbra: Almedina; 2016.

Instituto Nacional de Estatística, POR DATA. [Web page]; 2019 [updated 2019; cited 2019 10 dezembro]. Available from https://www.pordata.pt/Portugal

Paúl, C., & Ribeiro O. Manual de Gerontologia. Aspetos biocomportamentais, psicológicos e sociais do envelhecimento. Lisboa: Lidel; 2012.

Morley JE, Vellas B, van Kan GA, Anker SD, Bauer JM, Bernabei R, Cesari M, Chumlea WC, Doehner W, Evans J, Fried LP, Guralnik JM, Katz PR, Malmstrom TK, McCarter RJ, Gutierrez Robledo LM, Rockwood K, von Haehling S, Vandewoude MF WJ. Frailty consensus: a call to action. J Am Med Dir Assoc. 2013;14(6):392–7.

Rapp, K., Becker, C., Lamb, S., Icks, A., & Klenk J. Hip fractures in institucionalized elderly people: incidence rate and excess mortality. J Bone Miner Res. 2008;23(11):1825–31.

Pinheira, V., Coutinho, A. J., Crisóstomo, R. S., Santos, S. J., & Pinto SP. Avaliação da capacidade de realização de atividades da vida diária em pessoas idosas. RIASE. 2015;1(2):166–76.

Marmeleira, J., Ferreira, S., & Raimundo A. activity and physical fitness of nursing home residents with cognitive impairment: A pilot study. Gerontol 100, 63-69. 2017;100:63–9.

Galhardas, L., Raimundo, A., & Marmeleira J. Effects of a multimodal exercise program on cognitive functioning and physical fitness of nursing home residents. Évora: Congress CIDESD; 2017; 157–8.

Borges CL, Silva MJ da, Clares JWB, Bessa MEP, Freitas MC de. Avaliação da fragilidade de idosos institucionalizados. Acta Paul Enferm. 2013; 26(4):318–22.

Maseda, A., Balo, A., Lorenzo-López, L., Lodeiro-Fernández, L., Rodríguez-Villamil, J. L., & Millán-Calenti JC. Cognitive and affective assessment in day care versus institutionalized elderly paients: a 1-year longitudinal study. Clin Interv Aging. 2014;5(9):887–94.

Fernandes, P. M., Cipriano, P. P., Bezerra, M. V., & Borges S. Síndrome da fragilidade e sua relação com aspectos emocionais, cognitivos, físicos e funcionais em idosos institucionalizados. Rev Kairós. 2015;18(1):163–75.

Yümin ET, Şimşek TT, Sertel M, Öztürk A YM. The effect of functional mobility and balance on health-related quality of life (HRQoL) among elderly people living at home and those living in nursing home. Arch Gerontol Geriatr. 2011;52(3):e180-4.

Henriques BM. O efeito de um programa psicomotor para idosos com demência - importância da psicomotricidade como terapia coadjuvante junto da fisioterapia. Universidade Fernando Pessoa; 2013.




DOI: http://dx.doi.org/10.24902/r.riase.2019.5(3).1982

Apontamentos

  • Não há apontamentos.