Desenvolvimento: um conceito que disfarça preconceitos e ideologias dos países industrializados

José Ampagatubó

Resumo


A ideia do desenvolvimento, para além de se associar a própria dinâmica da natureza humana é, essencialmente, produto da «revolução» científica» do séc. XVI na Europa. Uma centúria que «revolucionou» e arquitetou a ideia da modernidade e do progresso, em todos os domínios, principalmente, nas sociedades europeias. Refere-se, fundamentalmente, as consequências da matriz histórico-cultural da tradição judaico-cristã, nas práticas europeias rumo ao capitalismo atual.

Essas consequências estão na origem, também, do eurocentrismo e da ideologia do desenvolvimento expressos explicitamente no livro do W.W. Rostow, “Etapas do Desenvolvimento económico”.

Desenvolver, na perspetiva do referido livro, significa «ocidentalizar-se». Trata-se, portanto, de repetir, basicamente, a trajetória percorrida pelos países da Europa Ocidental aquando da sua passagem da sociedade feudal para a capitalista.

Como essa «ocidentalização» não trouxe nenhum valor acrescentado aos países em vias desenvolvimento no mundo, recomenda-se neste artigo a urgência de se adequar este conceito a «realidade» atual dos mesmos, enfatizando para este efeito, a necessidade e a importância de se associar a noção do desenvolvimento ao do respeito do meio ambiente, das pessoas e das comunidades.

Trata-se, portanto, de pôr em prática uma mudança paradigmática, fundamental, a favor de uma que defenda uma visão pós-disciplinar e/ou transdisciplinar.

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